Esta semana me reencontrei com o Drummond, no livro "A rosa do povo". Segue um trecho de Procura da poesia:
...
convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo
Não colhas no chão o poema que se perdeu
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
sábado, 12 de setembro de 2009
Um dia produtivo!
Acredito que tenha terminado esta pintura... há meses venho pintando, acrescentando painéis e figuras! Ela tem, no total, cerca de 200 x 510 cm e começou com a tela do meio, mais larga. Ontem pintei a "sombra" em roxo no canto direito.
A foto e montagem estão toscas, o ateliê tem um tamanho razoável mas a luz é difícil numa dimensão tão grande!
Abaixo seguem detalhes deste painel!
E comecei uma nova, que em breve vem pra cá também!
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Matisse
sábado, 5 de setembro de 2009
Voltando....
Andei curiosa com a imediata referência que os amigos fazem a Bacon, quando olham meu trabalho, e resolvi "estudar" um pouquinho...
Há um tempo já estou lendo Francis Bacon, a lógica da sensação, de Gilles Deleuze e estou descobrindo aproximações e diferenças, de todos os tipos. Aqui vão duas coisas que me fazem pensar...
pg 65 "(...) E as deformações de Bacon são raramente coagidas ou forçadas, não são torturas, apesar do que se diz: ao contrário, são as posturas mais naturais de um corpo que se reagupa em função da força simples que exerce sobre ele, vontade de dormir, de vomitar, de se virar, de ficar sentado o maior tempo possível."
pg 68 "(...) Deve-se render a Bacon, tanto quanto a Beckett ou a Kafka, a seguinte homenagem: eles ergueram Figuras indomáveis, indomáveis por sua insistência, por sua presença, no momento mesmo em que 'representavam' o horrível, a mutilação, a prótese, a queda ou a falha. Eles deram à vida um novo poder de rir extremamente direto."
Há um tempo já estou lendo Francis Bacon, a lógica da sensação, de Gilles Deleuze e estou descobrindo aproximações e diferenças, de todos os tipos. Aqui vão duas coisas que me fazem pensar...
pg 65 "(...) E as deformações de Bacon são raramente coagidas ou forçadas, não são torturas, apesar do que se diz: ao contrário, são as posturas mais naturais de um corpo que se reagupa em função da força simples que exerce sobre ele, vontade de dormir, de vomitar, de se virar, de ficar sentado o maior tempo possível."
pg 68 "(...) Deve-se render a Bacon, tanto quanto a Beckett ou a Kafka, a seguinte homenagem: eles ergueram Figuras indomáveis, indomáveis por sua insistência, por sua presença, no momento mesmo em que 'representavam' o horrível, a mutilação, a prótese, a queda ou a falha. Eles deram à vida um novo poder de rir extremamente direto."
Assinar:
Postagens (Atom)